segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Dalton Trevisan

   Nascido em 1925 numa Curitiba imortalizada por ele em inúmeras de suas histórias traduzidas para diversos países e adaptadas para o cinema e a televisão não só do Brasil como do exterior, Dalton Trevisan tornou os textos de seus livros cada vez mais curtos, tendo escrito contos exemplares de apenas uma linha nos quais aborda as tragicomédias do mundo pequeno-burguês. Nada há, entretanto, de frio esteticismo laboratorial e asséptico nesse minimalista que sonhou fazer do conto haicai. Privilegiando, como já foi observado, o "intenso sobre o extenso", seu realismo conciso expõe as feridas e entranhas da vida de forma cruel, mergulhando sem pudores nas misérias da alma humana.             Seus personagens se compõem pelas ruínas do afeto e da moralidade. Com ouvidos bem abertos aos diálogos escutados em qualquer bar ou esquina de rua, esse mestre do momentâneo lancinante explora como poucos a perversidade dos desejos humanos, fazendo seus leitores observarem o latente que pulsa nas frases mais cotidianas, por detrás das quais se expõem as vidas anônimas de qualquer cidade contemporânea. 
   É conhecido como o vampiro de Curitiba " — Não vou responder às perguntas simplesmente porque não posso, é verdade; sou arredio, ai de mim!  Incurávelmente tímido (um pouco menos com as loiras oxigenadas!)." Já se escreveu e se comprovou que os demais vampiros não podem encarar, sem pânico, um crucifixo. Ou réstias de alho, água corrente cristalina... Dalton não pode ver um jornalista. Vendo, foge, literalmente foge, apavorado. Suas raras fotos surgidas na imprensa foram feitas às escondidas.

   Principais Obras

Meu querido assassino
Cemitério de elefantes
Novelas nada exemplares
O vampiro de Curitiba

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