Dalton Trevisan
Nascido
em 1925 numa Curitiba imortalizada por ele em inúmeras de suas histórias
traduzidas para diversos países e adaptadas para o cinema e a televisão não só
do Brasil como do exterior, Dalton Trevisan tornou os textos de seus livros
cada vez mais curtos, tendo escrito contos exemplares de apenas uma linha nos
quais aborda as tragicomédias do mundo pequeno-burguês. Nada há, entretanto, de
frio esteticismo laboratorial e asséptico nesse minimalista que sonhou fazer do
conto haicai. Privilegiando, como já foi observado, o "intenso sobre o
extenso", seu realismo conciso expõe as feridas e entranhas da vida de
forma cruel, mergulhando sem pudores nas misérias da alma humana. Seus
personagens se compõem pelas ruínas do afeto e da moralidade. Com ouvidos bem
abertos aos diálogos escutados em qualquer bar ou esquina de rua, esse mestre
do momentâneo lancinante explora como poucos a perversidade dos desejos
humanos, fazendo seus leitores observarem o latente que pulsa nas frases mais
cotidianas, por detrás das quais se expõem as vidas anônimas de qualquer cidade
contemporânea.
É conhecido como o vampiro de Curitiba " —
Não vou responder às perguntas simplesmente porque não posso, é verdade; sou
arredio, ai de mim! Incurávelmente tímido (um pouco menos com as loiras
oxigenadas!)." Já se escreveu e se comprovou que os demais vampiros
não podem encarar, sem pânico, um crucifixo. Ou réstias de alho, água corrente
cristalina... Dalton não pode ver um jornalista. Vendo, foge,
literalmente foge, apavorado. Suas raras fotos surgidas na imprensa foram
feitas às escondidas.
Principais Obras
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Meu
querido assassino |
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Cemitério
de elefantes |
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Novelas
nada exemplares |
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O
vampiro de Curitiba |
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